Publicado em 28 de fevereiro de 2023.
São cumpridos 11 mandados de prisão e busca e apreensão, na manhã desta quarta (28), em Pontes e Lacerda e Confresa, em Mato Grosso, e em São José do Rio Preto, em São Paulo.
Um advogado de Mato Grosso, que não teve a identidade divulgada, está entre os alvos da operação “Peixe Grande”, da Polícia Federal, contra comercialização de ouro extraído ilegalmente da Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá. São cumpridos 11 mandados de prisão e busca e apreensão durante a manhã desta terça-feira (28).
De acordo com a Polícia Federal (PF), as ordens judiciais são cumpridas em Pontes e Lacerda e Confresa, em Mato Grosso, e em São José do Rio Preto, em São Paulo.
Ainda segundo a PF, além do advogado, proprietários ou sócios de empresas dedicadas à comercialização de metais preciosos também são alvos da operação.
A ação tem o objetivo de desintegrar a organização criminosa e encerrar as atividades ilegais financiadas pela extração ilegal de ouro, assim como acabar com a degradação ambiental e os danos sociais e humanitários causados à populações da região.
As investigações começaram durante a Operação “Rainha de Sararé”, em 2022. Segundo a análise dos dados financeiros, em menos de três anos, foram identificadas mais de 47 milhões em movimentações suspeitas.
Operação ‘Rainha do Sararé’
Em 2022, a PF deflagrou a Operação “Rainha de Sararé”, para cumprir mandados de busca e apreensão contra associação criminosa responsável por comandar a extração ilegal de ouro da Terra Indígena.
O grupo criminoso era comandando por uma família de Rondônia, que se deslocava ao Mato Grosso para extrair ouro ilegal. Segundo a polícia, eles têm uma empresa de fachada que presta serviços de terraplanagem.
Na época, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva – entre eles de uma mulher conhecida como “Rainha de Sararé.
A empresária Marlene Araújo, de 47 anos, conhecida como “Rainha do Sararé”, foi apontada como chefe da organização criminosa. Ela foi presa no dia 9 de agosto de 2022, durante operação da PF, por associação criminosa e usurpação de patrimônio da União.
Na época da prisão, a defesa da suspeita entrou em contato com o g1 e afirmou que os requisitos exigidos pela lei para decretar a prisão preventiva não foram cumpridos, pois não foi demonstrado risco atual e concreto da violação da ordem pública e econômica.
A defesa também informou que o processo corre em segredo de justiça e afirmou que os crimes apurados não alcançam pena suficiente para que haja prisão em regime como foi aplicada.
Na casa de Marlene, no dia da prisão, foram apreendidos diamantes ilegalmente extraídos, além de joias e objetos de ouro. Também foram localizadas peças de motor e equipamentos incinerados em outras operações na Sararé.
Fonte: G1 MT.